Partindo do pressuposto de que dentre tantas funções que exerce a literatura uma delas é a humanização (CANDIDO, 1998), o presente artigo objetiva apresentar a experiência adquirida a partir da prática do componente curricular Estágio Supervisionado III, com uma turma de primeiro ano do ensino médio, em uma escola pública de Campina Grande, PB. O negro por muito tempo teve o direito à expressão de si negado, oprimido, sempre sendo representado por vozes de outrem. Na contemporaneidade essa realidade está sendo modificada, pois há uma afirmação identitária do negro, sobretudo nas artes, em especial na literatura. Dessa forma, na literatura contemporânea, o negro passa a ser não mais o objeto enunciado, mas o próprio enunciador e produtor de discursos de sua história. Como aporte teórico para subsidiar a discussão, faremos uso de Cosson (2009) no que fiz respeito ao letramento literário (proposta adotada na experiência), Bauman (2005), Hall (2014), Silva (2014) concernentes às modificações na modernidade e suas implicações nas reconfigurações identitárias bem como de Gomes (2008), para as questões relacionadas à identidade e subjetividade negra.