O glúten é habitualmente introduzido na alimentação ocidental para lactentes sob forma de farinhas sendo depois consumido em larga escala ao longo da vida. O trigo, é o cereal com glúten mais consumido, sendo uma das principais fontes alimentares do mundo, contribuindo com 50% das calorias nos países industrializados e em desenvolvimento. O consumo global tem aumentado mais rapidamente do que qualquer outro cereal. A ampla divulgação pela mídia e a divulgação não especializada sobre o glúten, fundamentada em observações empíricas como objeto de "dietas da moda", fez aumentar as vendas de produtos sem glúten em torno de 30% ao ano, desde 2004. Atualmente, a comunidade científica, reconhece a existência de um espectro de desordens relacionadas ao glúten e propõe uma nova nomenclatura e classificação dessas desordens, além da doença celíaca. As desordens associadas ao glúten ainda permanecem mal compreendidas, a sensibilidade ao glúten não celíaca (SGNC) é ainda mais desconhecida, pois o diagnóstico desta continua a ser a partir da exclusão das hipóteses de doença celíaca (DC) ou alergia ao trigo (AT). Apesar de ter descrições de casos desde 1980, a sensibilidade ao glúten não celíaca (SGNC) ainda é um termo relativamente desconhecido sendo uma condição clínica redescoberta distinta da doença celíaca. A SGNC é uma patologia de natureza não alérgica e não autoimune, e de importância crescente. O objetivo deste trabalho é confirmar através de uma revisão bibliográfica de artigos atuais, a existência da SGNC, demostrando que a esta é parte do espectro de desordens relacionadas ao glúten, ignorada por muitos profissionais de saúde.