Neste trabalho apresentamos resultados da pesquisa “A Presença negra no magistério: formação, memória e saberes de professoras negras do alto-oeste potiguar-II etapa”, que tem como objetivo principal analisar trajetórias de vida e formação de professoras negras do alto oeste-potiguar, identificando suas relações de pertencimento étnico-racial e processos de desenvolvimento pessoal e profissional. Toma como procedimento teórico-metodológico de investigação a abordagem autobiográfica, cujo instrumento de construção de dados utilizado foi a entrevista narrativa. Nesta etapa privilegiou-se estudos do referencial teórico, análise de obras literárias autobiográficas, construção de instrumentais, mapeamento de sujeitos, busca de adesão e desenvolvimento e análise de entrevistas com professoras negras. Para este texto utilizou-se de duas entrevistas narrativas construídas com duas professoras do munícipio de Água-Nova, localizado no alto-oeste potiguar. Inferiu-se sobre a infância, as possíveis manifestações preconceituosas vivenciadas, o ingresso na profissão docente e a importância da profissão para a melhoria de vida. Observou-se que houve, no caso de uma das docentes, uma vivência escolar racista, sendo esta vítima de uma de suas professoras, que chamava-a de “Antônia preta”, contribuindo para a construção de um ambiente escolar pouco inclusivo. A título de hipótese, indicamos que há uma relação entre a denúncia do racismo vivenciado e a construção de uma personalidade forte, e o silenciamento dessas situações e a construção de uma personalidade intimista.