Nas últimas décadas, muito se tem pensado, discutido, planejado e estudado práticas pedagógicas inovadoras e eficazes com a temática da pluralidade cultural e diversidade étnico-racial na escola visando promover uma cultura de paz e de respeito às diferenças. Essa necessidade evidencia-se com o surgimento de leis como a 10.639/2003 e a lei 11.645/2008 que estabelecem as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena. Partindo dessa preocupação e entendendo que a escola assume um papel relevante na transformação dos sujeitos envolvidos no processo de construção e (re) construção de práticas, saberes e identidades, nessa comunicação, pretendemos apresentar resultados de uma pesquisa com docentes da educação básica acerca de suas experiências sobre a temática supracitada. Embasaremos nossas reflexões em documentos oficiais, tais como as orientações dos PCN (1996) e das DCN (2013) e em estudos críticos de Cavaleiro (2005), Gomes (2005), Gonçalves e Silva (2006), Hall (2006), Munanga (2005), Ramos-Lopes (2010). Faremos uso de uma metodologia de base qualitativa-interpretativista (MOITA LOPES, 1996). Os dados são oriundos de uma leitura reflexiva dos docentes investigados sobre a lei 10.639/2003 e sobre a lei 11.645/2008 e de um questionário, onde revelam suas experiências com a temática da diversidade, em salas de aulas, seja de raças, gênero, cultural, etc. Compreendemos que a problemática multicultural na América latina nos coloca mediante sujeitos que foram massacrados, no entanto, souberam resistir e continuam nas práticas discursivas cotidianas buscando seus espaços e afirmando e reafirmando suas identidades (RAMOS-LOPES, 2010). Fato relevante que, nas práticas docentes, carece ser evidenciado, como uma forma de mostrar as novas gerações a capacidade de luta e resistência do povo negro, como também o respeito que devemos ter para com os considerados diferentes.