Investigamos a proposta pedagógica de aquisição da leitura/escrita para 20 alunos em situação de deficiência intelectual na Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais de Campina Grande- APAECG, através do Programa de Leitura Compartilhada de Histórias/Atendimento Educacional Especializado-AEE. Fundamentadas nos referenciais teórico-metodológicos das abordagens interacionista e sócio discursiva de linguagem escrita e de deficiência como construção social, em interface com a subjetividade dos sujeitos, analisamos, nos aspectos funcionais do desenvolvimento cognitivo, a posição social de Arthur na relação pedagógica da atividade letrada. Os dados indicam que ele se encontra em franco processo de construção da leitura e da escrita no AEE em foco, assim como apontam como grande dificuldade, a afirmação na APAECG pela negação do saber objeto – a leitura e a escrita (MOTA ROCHA, 2002) resultante dos fatores extracognitivos – hesitação e sugestionabilidade, ambos expressam a dimensão secundária da deficiência; das fragilidades na construção da (meta)cognição; do conformismo pelo ganho secundário da deficiência, ao se colocar na condição de sujeito dependente da mediação de leitores-alfabetizados (o irmão, por exemplo) e da apropriação dos saberes sociais autorizados para tais sujeitos, a exemplo da Arte; e do incipiente letramento que tem produzido frágeis significados sociais para a leitura e da escrita na vida do sujeito, em detrimento dos poderes da leitura como ferramenta política de afirmação pessoal e social na sociedade letrada. O reposicionamento de Arthur nas relações sociais e de ensino-aprendizagem é condição para construção subjetiva na direção da melhor qualificação social e escolar.