Este artigo é um estudo acerca de um grupo de travesti da cidade de Sobral. Busquei compreender os dilemas das travestis que trabalham como prostitutas na Esquina da Ordem. O objetivo é investigar a prática da prostituição travesti. É interessante lembrar que existem poucas pesquisas que abordam a temática da prostituição travesti e que discutam as práticas, as performances corporais e os jogos sexuais que envolvem as relações homoeróticas nas áreas periféricas da cidade de Sobral. A Esquina da Ordem é um território expresso através de dois aspectos. O primeiro se refere um determinado espaço geográfico que é o geofísico uma Avenida do Contorno que se encontra com a Rua Dr. Arimatéia Monte e Silva. Esta esquina está situada no Bairro Parque Alvorada. O segundo é espaço observado como um território permeado pelas práticas simbólicas. Há diversos locais de compreender a prostituição. Quando pensei este locus como campo de pesquisa foi devido aos limites de preservação demarcados pela ritualidade da prática da prostituição Travesti. Na clandestinidade da noite observei dimensões da prática da prostituição travesti feminina na Esquina da Ordem como teatro da vida. E como se instaura as relações de interesses entre as travestis e seus clientes. Aqui utilizo o conceito de Wacquat de bas-fonds, lugares suspeitos cercados profanidades. Nesta lógica o território torna-se um poço de perdição moral. Significa um tipo de aviltamento do local, é um território maldito e mal visto. Um território onde se propaga a desonra moral e corporal através das marcas das diferentes tribos.