Crianças com transtorno de identidade de gênero possuem extrema vulnerabilidade em relação a saúde física, mental e social, tais como tendência a exclusão, depressão, prostituição a partir da adolescência, automutilação e suicídio. Tendo em vista a escassez da procura sobre o tema no Brasil, faz-se necessária a construção de maiores debates a respeito dos transtornos de identidade de gênero em crianças e adolescentes, considerando as consequências no desenvolvimento cognitivo, emocional e social que podem ser desencadeadas pela dificuldade da sociedade em estabelecer propostas integrativas. Este trabalho procura obter um panorama da situação atual relativa a essa temática e estabelecer uma perspectiva para o futuro dos debates, buscando contribuir com ações que favoreçam o fortalecimento da discussão. Foi realizada revisão bibliográfica dos trabalhos publicados de 2011 a 2015 sobre transtorno de identidade de gênero infantil nas bases de dados MedLine e LiLacs. Foram utilizados os termos transtorno; identidade; gênero; criança. A pesquisa foi restrita a artigos com texto completo disponível; publicados em português, inglês ou espanhol. Com enfoque na criança e no adolescente. Ao final, 11 artigos foram selecionados para revisão. Constatou-se que a maioria dos estudos foi realizada nos Estados Unidos, sendo o Brasil um país com poucos trabalhos relacionados ao transtorno de identidade de gênero. Além disso, observou-se a relação desse transtorno com o desordem de espectro autista (DEA), com o transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH), com o estresse pós-traumático durante a infância e com a alta incidência de uso de drogas psicotrópicas por essa população.