O conhecimento proposto pela medicina, embora fundamentalmente voltado à compreensão do homem, colide na falta de espaço para além das dicotomias impostas pelo saber científico. Entre homens e mulheres, masculino e feminino, a dualidade e categorização do método científico não deixa espaço para se discutir as variantes possibilidades de transgressão da “norma”. Assim, inspirados pelo conceito deleuziano de dobra, construímos uma análise voltada ao meio termo desta polarização: sobre a obra Hermaphrodite Endormi, nosso argumento corrobora a tese de que, muito mais que opostos, somos opostos que se interpenetram mutuamente a cada instante.