O ensino de Língua Portuguesa no Brasil passou e ainda vai passar por muitas modificações que, a longo prazo, evoluem e se transformam conforme as características político-sociais e o contexto sócio-histórico do país. Nesse sentido, o objetivo deste trabalho consiste em discutir alguns posicionamentos teóricos sobre o ensino de Língua Portuguesa enquanto língua materna e sua relação com as práticas de letramento oral e escrita. Para tanto, adotamos uma metodologia de estudo bibliográfica de natureza qualitativa, que conta com a apresentação e discussão da história do ensino de Língua Portuguesa baseada em Geraldi (2010; 2013a; 2013b) e toma por foco a reflexão sobre a importância do trabalho com as práticas letradas, conforme salientam Kleiman (1999), Marcuschi (2001) e Rojo (2009). A conclusão a que chegamos é a de que que o falante conhece a língua/linguagem mais do que a ciência, pois realiza na prática o que a teoria se propõe a desvendar, representando o nível de aprendizagem e de alteridade próprias dos atores sociais. Assim, a escola deve ser tratada como lugar de ensino e de aprendizagem. Lugar de ensino quando o foco se dirigir sobre os objetos e os conteúdos a serem ministrados (educação conteudística); lugar de aprendizagem quando não houver um ponto de chegada definitivo, mas sempre um novo patamar que permita outros avanços. Dizer outros modos nos ensina a pluralidade de modos de ver e apresentar o mundo vivido.