O presente trabalho é um recorte de uma monografia e discute as problemáticas vivenciadas pelas mães e grávidas estudantes dos Cursos de Bacharelado e Licenciatura em Ciências Biológicas do Centro de Ciências Agrárias- CCA/UFPB devido aos encargos reprodutivos biológicos e familiares que lhes são atribuídos culturalmente; também aborda as configurações de gênero das práticas acadêmicas a que foram expostas. O público alvo foi composto por 20 mulheres, com idades entre 17 e 35 anos, das quais 14 estiveram grávidas durante algum período do Curso. A pesquisa de cunho qualitativo adotou, para a coleta de dados, técnicas de entrevistas individuais e em grupo. A discussão dos dados foi realizada com base na teoria da dominação masculina de Bourdieu, sobre o conceito de andocentrismo. Os resultados apontaram que as alunas enfrentaram muitas dificuldades, inclusive enquanto estiveram grávidas, e que os seus direitos foram por muitas vezes negligenciados; ficou claro que a maioria delas não conhecia seus direitos, e quando os conheciam , não sabiam como agir e temiam, acabando por aceitar as negligências; e ainda que a maioria delas contou com o apoio de familiares para serem estudantes.