Este artigo pretende analisar as formas e as funções que o livro didático pode assumir no ensino de Filosofia. Pois, acredita que esta disciplina depende, em todos os âmbitos de seu ensino, de suas materializações textuais, seja nos livros especificamente filosóficos, seja nos livros didáticos do ensino básico. Nesse sentido, tomamos como principais bases de pesquisa as produções do Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) voltadas ao Ensino Médio e do Livro Didático Público (LDP) no Estado do Paraná, por considerá-los paradigmas da produção literária pedagógica no Brasil. A partir deles, avaliamos as possíveis formas dos livros didáticos, destacando o caráter editorial/econômico e a participação do professor em suas produções. Além disso, avaliamos também as funções do livro didático inserido no ensino de Filosofia e suas especificidades e, para tal, tomamos como problemas centrais a transposição didática do conteúdo e as possíveis abordagens histórica, temática e problemática deste. Conforme estes intuitos, observamos que, se as formações de tais livros são diferentes, as funções que assumem são semelhantes. Pois, mesmo sendo propostas de certa forma antagônicas – na questão editorial e, principalmente, na participação do professor, ao colocarem este profissional em estágios distantes na produção do material –, na prática didática tanto os livros nacionais do PNLD quanto os da iniciativa pública no Paraná possuem, no caso da Filosofia, objetivos convergentes: uma linguagem iniciativa, mas não resumidora, que, juntamente com a atividade do professor, dê ao aluno do Ensino Médio a oportunidade de abordar problematicamente a Filosofia, isto é, conhecer e se inserir na tradição filosófica sem se ater totalmente a ela.