A presente pesquisa tem por objetivo apresentar desafios e potencialidades do uso da comunicação alternativa aumentativa (CAA) no Projeto Água Azul, que oferece atividades aquáticas para crianças e adolescentes com TEA. Para tanto, foram realizadas observações em um grupo focal no projeto, que nasceu da necessidade de um espaço de atendimento integrativo por uma equipe multidisciplinar, que contemplasse, além do participante com TEA sua família. A saber, o transtorno do espectro autista (TEA), popularmente chamado de autismo, deriva de uma desordem do neurodesenvolvimento, apresentando prejuízos às habilidades de interação social e comunicação associadas a comportamentos repetitivos e estereotipados, podendo apresentar repertório restrito de interesses, conforme literatura estudada. Tais características ficaram evidentes ao observar as atividades desse projeto de extensão para o público que apresenta nível de suporte 2 e 3, sendo a maioria não verbal e por conseguinte apresentaram dificuldades na compreensão de comandos verbais solicitados durante as sessões. Justificando, desse modo, a utilização das pranchas de CAA, desde o momento da troca de roupa no vestiário até a realização das atividades aquáticas. Os resultados apontaram desafios ao que tange o uso das pranchas de CAA, visto que o público nunca tinha utilizado. No entanto, ao realizarem as atividades com o apoio da CAA tiveram uma melhor compreensão e performance das atividades realizadas. Como possibilidades de ampliação de uso, foi sugerido que as famílias também utilizassem em outros momentos do dia. No entanto, observou-se resistência para a utilização, por parte das famílias. Diante desses fatos, conclui-se que é necessário maior divulgação sobre a CAA, desmistificando que seu uso trará implicações no desenvolvimento da fala, pois o que se almeja é usar a CAA como suporte ao processo de compreensão e ampliação das competências comunicativas.