Este estudo apresenta uma experiência de educação ambiental em uma escola indígena de uma comunidade Guarani-Mbiá, envolvendo os alunos, a equipe escolar e a comunidade, conduzida pelo projeto Toninhas do Brasil (Univille), voltado à conservação da toninha (Pontoporia blainvillei). A promoção da cultura oceânica é fundamental para preservar ambientes, formas de vida e culturas de regiões marinhas e costeiras. Entretanto, é incipiente a literatura sobre essa temática na Educação Escolar Indígena de povos Guaranis, apesar da expressiva presença de povos Guarani no litoral brasileiro. Neste contexto, o projeto realizou atividades continuadas de educação ambiental na Escola Indígena de Educação Básica Laranjeiras, na Terra Indígena do Morro Alto, em São Francisco do Sul - SC, voltadas ao fomento da cultura oceânica, utilizando-se a metodologia da contextualização da aprendizagem. Apesar de morarem às margens da Baía Babitonga, que abriga uma população de toninhas, um diagnóstico mostrou que a comunidade não conhecia a espécie. As primeiras atividades, portanto, promoveram interações sensoriais com materiais biológicos e dinâmicas lúdicas, para a apresentação da toninha e da fauna da Baía, de suas características e da importância destes animais para o patrimônio natural e cultural do território. A segunda fase foi a das produções artísticas: toda a comunidade escolar produziu mensagens e desenhos com tintas naturais, colocadas dentro de garrafas. Os artesãos da comunidade confeccionaram maracás e toninhas de madeira. As garrafas e os produtos artesanais fizeram parte dos Baús da Toninha, kits de materiais de suporte pedagógico utilizados por professores em escolas públicas de municípios litorâneos de Santa Catarina e São Paulo. Na terceira fase, os baús chegaram aos alunos, através dos professores que participaram do curso oferecido pelo projeto. Segundo as devolutivas dos educadores e educandos, a aproximação entre o projeto e a escola indígena promoveu oportunidades de criação de vínculos e aprendizado mútuo.