Considerando o conceito de gênero, o distanciamento de mulheres de determinados cursos superiores, não se dá pela sua incapacidade intelectual, mas por fatores culturalmente construídos que dificultam o acesso, a permanência e o sucesso acadêmico nesses espaços. A licenciatura em Física é marcada por altos índices de evasão, sobretudo no que concerne ao gênero feminino. Essa sub-representação das mulheres é ainda mais preocupante na medida em que se avança na carreira. Tendo em vista um olhar sobre esse cenário, o objetivo principal dessa investigação reside em discutir a presença da mulher no curso de licenciatura em Física no contexto brasileiro. Para esse estudo buscou-se a fundamentação nas ideias de Dinis (2008), UNESCO (2018) Teixeira e Costa (2008), Santos (2020), Agrello e Garg (2009) e Saitovitch, Lima e Barbosa (2015), pesquisadores que versam sobre gênero e/ou discutem a presença da mulher na área de exatas, sobretudo na Física. A metodologia é de natureza qualitativa, de ordem explicativa e baseada em pesquisa bibliográfica a partir de estudos de caso referentes a instituições de ensino superior brasileiras. As conclusões da pesquisa apontam que o envolvimento das discentes em atividades de iniciação à docência, pesquisa e extensão, sobretudo as remuneradas, assim como ambientes livres de práticas misóginas por parte de professores e alunos, contribuem para permanência das discentes no curso. Dentre os fatores que causam evasão destacam-se a dupla ou tripla jornada de trabalho feminina, os docentes que se utilizam de métodos pedagógicos que perpetuam práticas sexistas, a reprodução por parte da comunidade escolar de estereótipos de gênero e a ausência de estudo e divulgação de modelos femininos na área.