O estudo discute a relação entre a formação da juventude o processo de militarização da educação no estado de Goiás. Objetiva investigar de que forma a militarização da educação em Goiás influencia a formação da juventude. Tomando como referencial os estudos de Foucault (2014), Santos (2010), Alves, Santos e Bordin (2023), discute-se como a militarização da educação busca o disciplinamento da juventude, fortalecendo a agenda conservadora em vigência no país. Em Goiás, observa-se a expansão das escolas militarizadas, onde escolas públicas estaduais são entregues à gestão da polícia militar, as quais recebem investimentos diferenciados e passam a adotar normas disciplinares semelhantes aos quartéis. O projeto de militarização tem conquistado a adesão da população por meio do discurso de que tais escolas proporcionariam um ensino “de melhor qualidade”, tendo a disciplina como principal elemento condutor. Entretanto, observa-se que tais escolas contam com estrutura diferenciada, inclusive em termos de recursos financeiros, além de dispor de mecanismos de exclusão dos alunos que não se adequarem às normas de comportamento impostas. É questionável, portanto, o entendimento de educação de qualidade das escolas militarizadas, cuja proposta pedagógica centra-se no disciplinamento e no controle do comportamento da juventude. No modelo militarizado, os jovens são educados para a obediência e não para a crítica e a autonomia. Há que se discutir a quem interessa esta proposta de educação da juventude pautada na submissão e na ausência de questionamento.