Tendo em vista a complexa relação entre formação e atuação docente, discutimos como a conformação dos sujeitos tem sido organizada no campo das relações pedagógicas da fase atual do neoliberalismo brasileiro, considerando as direções sociopolíticas que constituem os espaços públicos e as identidades a partir de seus processos históricos que se intercambiam e reconectam com as formas de poder e domínio dinamizados pelos avanços e recuos que assumem os atores sociais (excluídos e incluídos) na esfera pública e o ethos de exclusão [senso coletivo] que constitui a relação social. Notamos que no contexto da educação, a medida em que seus atores são subordinados a uma formação aligeirada, delgada e instrumentalizada para uma atuação docente voltada para a mercadificação da educação, há intensificação da expropriação do conhecimento para todos os envolvidos no processo educativo, repercutindo sobre as possibilidades de uma educação complexa e emancipadora. Tomamos o mito de Tântalo, que teria tentado compartilhar os conhecimentos dos deuses com os mortais e foi cruelmente castigado, para indicar que tal elemento figurativo serve para explicitar a subtração do direito ao conhecimento, bem como a formação humana pautada em uma perspectiva subalternizadora pela hegemonia dominante. Nossa elaboração serve à compreensão do ensino e da prática docente a partir de análises da contrarreforma da formação de professores no Brasil: BNC-Formação e as implicações desse processo nas contrarreformas educacionais e em políticas públicas voltadas às terceirizações no campo da educação pública, que em conjunto precarizam a formação e a atuação docentes. A constituição de um engessamento/expropriação da formação de professores e da formação no espaço escolar, exponenciam as formas de ampliação de diferenças e fronteiras, ademais da reificação dos sujeitos e processos educativos.