O período compreendido entre meados da década de 1910 e início da seguinte representou para a história da educação cearense um momento de grandes transformações proporcionadas pela renovação das orientações políticas e pedagógicas em nossas escolas. Tal movimento, que culminou com a elaboração da Reforma de 1922, comandada pelo educador Lourenço Filho, apresentou mudanças principalmente na postura adotada pelo Estado, no instante em que este intensificou suas ações de combate ao analfabetismo. Essa nova postura podia ser observada também no campo da instrução primária de jovens e adultos em que o poder público tornou-se o principal promotor e incentivador dos cursos noturnos. Objetiva-se, desta forma, analisar essa mudança nas ações de combate ao iletramento adulto no Ceará, no instante em que o Estado colocou-se como principal ator na criação e na manutenção de cursos noturnos de instrução primária. Tendo como base mais de sessenta documentos de diferentes naturezas, essa análise também busca-se refletir sobre as parcerias estabelecidas entre o Estado e os diferentes grupos sociais que continuaram atuando neste segmento.