O artigo explora a relação entre educação e natalidade no pensamento de Hannah Arendt, destacando como a educação é essencial para inserir as crianças no mundo e preservar o espaço público. Arendt argumenta que a educação deve ser conservadora para proteger o mundo e apresentá-lo às novas gerações como uma novidade, o que é crucial para a continuidade da sociedade. O referencial teórico-metodológico baseia-se principalmente na obra de Arendt, especialmente em seu ensaio "A Crise na Educação". A autora discute a importância da natalidade, que Arendt considera a essência da educação, pois representa a capacidade de iniciar algo novo. Entre as três atividades humanas fundamentais – trabalho, obra e ação – a ação é destacada como a mais importante, pois está enraizada na natalidade e na capacidade humana de começar algo novo. A educação, portanto, tem a dupla função de conservar o mundo e preparar as crianças para serem protagonistas em um mundo comum. O artigo enfatiza a distinção arendtiana entre vida e mundo, onde a educação não é apenas uma função de preservação da vida, mas também uma missão de proteção do mundo comum. Os principais resultados indicam que, na visão de Arendt, a educação não deve ser doutrinária, mas deve preparar as crianças para assumirem responsabilidade pelo mundo, evitando a destruição do espaço público e permitindo a renovação contínua da sociedade. Educadores têm um papel crucial, pois são responsáveis tanto pela formação das crianças quanto pela preservação do mundo, garantindo que as novas gerações possam compreender e transformar o mundo sem serem frustradas por ele.