O presente trabalho tem por finalidade explicitar a ausência de livros didáticos da área de química, escritos por autores negros/as, listados na lista obrigatória de leitura da grade curricular do curso de Licenciatura em Química do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte - Campus Ipanguaçu. Essa ausência indica que há uma hegemonização da intelectualidade branca, reforçando assim estereótipos no que diz respeito à produção de conhecimento na área educacional. A falta dessa representatividade na escrita de livros de Química, limita a visão dos estudos da área da Química e reproduz o apagamento científico de autores/as negros/as, considerando que não foram encontrados na presente pesquisa livros de Química escritos por autores e estudiosos negros da área. A pesquisa em tela tem cunho bibliográfico e baseia-se nos/as autores/as: Bento (2022) Almeida (2020); Benite et al (2018); Carneiro (2005) entre outros/as. Após a realização do presente estudo, foi possível concluir que no curso de Licenciatura em Química do IFRN, ofertado pelo Campus Ipanguaçu, os/as profissionais são formados/as a partir de leituras obrigatórias de uma episteme expressivamente escrita e construída por homens brancos, perpetuando assim o acolhimento de uma (re)produção científica unívoca, limitando assim a concepção do conhecimento da Química, desconsiderando a pluralidade da epistemologia da área, sob outros olhares, outros corpos e outras vivências. Além disso, se faz notório a necessidade do ensino de Química tornar-se mais inclusivo e representativo na graduação, para que discentes negros/as se vejam e se entendam como parte da produção de conhecimento e para inspirá-los e que almejem serem também futuros/as escritores/as dos livros didáticos de química.