A memória afetiva, embora não seja comumente utilizada como recurso pedagógico nas escolas ou salas de aula, está constantemente presente em nosso cotidiano. Ela é um tipo de registro subjetivo resultante das vivencias que trocamos no percorrer da nossa história, que permanece, muitas vezes imperceptivelmente, na relação com o espaço que vivemos. Este trabalho buscou pensar a importância que a memória afetiva é capaz de oferecer ao estudo a identidade que os alunos elaboram com seus lugares de memória. Ele é resultado de uma experiência formativa realizada com os professores da rede básica de Natal nos levou a revisitar os espaços de memória da cidade repensando trajetórias de vida pessoal e profissional, perpassando pela história da própria cidade. Partimos da escola, mas ganhamos os espaços do bairro, suas esquinas, avenidas e a própria formatação dos espaços. Isso nos fez entender o quanto estes elementos são importantes e aparecerem nos depoimentos dos discentes nos levando a crer que o olhar sobre si e sobre o lugar onde vivem foi enriquecido. A experiência foi realizada em escolas da rede pública da zona urbana e periférica de Natal, envolvendo professores de História e Artes que mobilizaram os alunos a perceber sua vida, seu bairro, sua cidade, utilizando espaços de circulação diária, estimulando outros olhares sobre esses lugares dando-lhes novos significados e reconhecimento da sua importância na elaboração da história local, bem como, da história de cada um. Neste sentido pensamos que a temática memória afetiva é propícia para articular dentro e fora da escola discussões e vivências que privilegiassem a inclusão. Os trabalhos proporcionaram a participação dos sujeitos em sua diversidade, considerando a possibilidade nos aspectos físicos, intelectuais e sociais.