Neste artigo foram expostas reflexões e estratégias a respeito da necessidade da decolonialidade no contexto do ensino da língua espanhola e portuguesa nas escolas, tendo como objetivo a desconstrução das visões eurocêntricas predominantes. No ensino de espanhol, é muito marcante a tendência de priorizar a variedade linguística da Espanha em detrimento das outras variedades hispano-americanas, assim como, no ensino de português, que existe uma superioridade da cultura portuguesa e a imposição de um padrão linguístico único. Estas práticas reforçam a hierarquia colonial, causando uma diminuição de vozes não-europeias e perpetuando com estereótipos e desigualdades enraizadas no ensino de ambas as línguas. O embasamento teórico-metodológico deste estudo baseia-se na teoria decolonial, aliada a estudos sobre educação linguística e estudos culturais. O método utilizado para buscar a bibliografia envolveu, primeiramente, a identificação de bases de dados acadêmicas relevantes, tais como Google Scholar, JSTOR e Scopus por meio de palavras-chave relacionadas ao tema. A busca também incluiu autores dentro do campo do ensino das línguas em questão, a fim de solidificar as reflexões apresentadas. Por meio da revisão da literatura observou-se que a desconstrução das visões exige não apenas uma revisão dos currículos e materiais didáticos, mas também uma mudança significativa na mentalidade dos educadores e na estruturação das políticas educacionais. Essas mudanças podem ser alcançadas por meio da inclusão de materiais e recursos educacionais que representem uma variedade de vozes e experiências culturais. Além disso, são necessárias ações concretas por parte de educadores, instituições educacionais e formuladores de políticas para promover uma abordagem mais inclusiva e equitativa no ensino das línguas espanhola e portuguesa.