As tecnologias de comunicação e informação (TIC) têm provocado alterações significativas na dinâmica histórica, cultural e social. Essas ferramentas são consideradas componentes essenciais da vida contemporânea, podendo desempenhar papéis relevantes e transformadores, especialmente no contexto educacional. Os artefatos digitais, em particular, tornaram-se parte integrante da cultura e das práticas dos alunos. Seu uso no processo de ensino e aprendizagem requer uma compreensão aprofundada de seu potencial como ferramentas pedagógicas, especialmente à luz da Teoria da Atividade. Este estudo tem como objetivo geral analisar como os artefatos digitais são empregados para desenvolver habilidades necessárias à atuação do contador, tendo como referência a Teoria da Atividade. A pesquisa foi conduzida em uma Universidade Pública, com alunos do curso de Contabilidade, durante a disciplina de Administração Financeira. Para coletar dados, utilizamos uma variedade de instrumentos, incluindo observação participante, registro em caderno, entrevistas, trocas no grupo do WhatsApp, comentários no mural, postagens e atividades no Google Classroom, além de vídeos e fotografias. Adotou-se uma abordagem qualitativa com caráter interpretativo, utilizando a pesquisa-ação como método de investigação. Com base na literatura revisada e na pesquisa empírica, propôs-se quatro categorias - objetivo, mediação, motivo e síntese - como elementos fundamentais no desenvolvimento das atividades. Os resultados revelaram a influência significativa dos princípios da Teoria da Atividade nas ações dos alunos e da professora investigados, destacando a importância do contexto social e das experiências vivenciadas para o desenvolvimento das atividades e, consequentemente, para a aprendizagem. Destaca-se também a metodologia diversificada adotada, que incluiu a Aprendizagem Baseada em Projetos aliada ao uso de artefatos digitais como elementos culturais dos alunos, integrando o contexto social ao desenvolvimento das atividades. Essa abordagem evidencia a relação intrínseca entre os artefatos digitais e os processos de ensino e aprendizagem, mediados por docentes e alunos de forma estruturada e pedagogicamente organizada.