Trata-se de pesquisa de tipo etnográfico (ANDRÉ, 1995) realizada entre os anos de 2018 e 2019, no âmbito do Núcleo de Estudos Afro Brasileiros da Universidade Estadual de Alagoas, tendo como objetivo compreender o processo de construc?a?o da identidade coletiva da comunidade remanescente de quilombo da Vila Pau D’arco, no município de Arapiraca, Alagoas. Considerando os processos históricos de ressemantização da categoria quilombo (TEIXEIRA, 2018) em suas mu?ltiplas dimenso?es, bem como suas implicações no campo da construção da história e memória coletiva (BENJAMIN, 2000) e tendo em conta as determinações postas pela estatização dos processos de reconhecimento identitário dessas comunidades, conforme o Decreto Lei Federal 4.887-2003; foram realizadas o total de 15 entrevistas envolvendo estudantes, professores e membros da comunidade local, mediante a aplicac?a?o de questiona?rios abertos, cujos conteúdos foram analisados na busca de compreender aspectos diretamente relacionados a? problema?tica de como a comunidade vem ressignificando suas fronteiras identitárias (BARTH, 2011) no processo de construc?a?o de uma narrativa sobre si mesma e de como, nessa caminhada, a escola local tem contribuído para a produc?a?o de novos lugares de memo?ria (NORA, 1993) sob a perspectiva quilombola. Observa-se, nessa dinâmica, a centralidade da noc?a?o de afrodescende?ncia na constituic?a?o de um campo discursivo sobre uma negritude quilombola, todavia situada nos termos da realidade de Pau D’Arco (ARAUJO, 2018). Nesse movimento, o Projeto Construindo a Identidade Afrodescendente, desenvolvido pela escola local, se apresenta como uma ac?a?o cultural politicamente situada, uma construc?a?o coletiva fruto da conjunc?a?o de forc?as de toda uma comunidade que, desperta para sua negritude, ousa tomar as re?deas de seu destino e definir orgulhosamente sua pro?pria identidade.