Este artigo tem por objetivo mostrar quais são os possíveis usos do jogo de matriz africana Shisima e suas respectivas limitações quando se trata de inserir um jogo de tabuleiro como material didático em uma aula de matemática. Para isso, foi necessário realizar uma análise do documento normativo da educação básica conhecido por Base Nacional Comum Curricular - BNCC. Em suma a lei n° 10.639 preza pelo envolvimento dos educadores acerca das diversas manifestações da cultura afro-brasileira, isto é, deve-se buscar promover práticas didático-pedagógicas que contribuam para uma educação de qualidade pautada em princípios antirracistas de fortalecimento das identidades culturais, territoriais e comunitária dos povos tradicionais. Em relação à fundamentação teórica deste trabalho buscou-se por autores da educação preocupados com a questão da ludicidade didática a partir de cosmovisões afrodescendentes nas escolas, como Muller (2013), Brauner, Zimmer e Timm (2021), além de pautar-se nos 4 pilares da educação, aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a conviver e aprender a ser, apresentados pela UNESCO. Esta pesquisa pode ser classificada como qualitativa de natureza exploratória. A partir da análise das habilidades descritas no corpo da BNCC acerca dos conteúdos matemáticos de círculo e circunferência, respectivamente, pôde-se verificar de fato que a utilização de um jogo da cultura afro na sala de aula pode contribuir para o desenvolvimento de uma sociedade mais ética, democrática, responsável, sustentável e solidária, que respeite e promova a diversidade e os direitos humanos, sem preconceitos de qualquer natureza. Ao término deste trabalho pode-se verificar que o jogo Shisima pode ser um recurso didático interessante, que pode despertar o interesse dos alunos, tanto no ensino de matemática como no ensino de outros saberes como história e educação física, contrapondo-se assim a metodologia do ensino tradicional baseado em explanações na lousa e calcada somente no livro didático.