A Educação Popular apresenta uma intrínseca ligação com as organizações sociais, possibilitando enquanto prática educativa e política, uma educação contextualizada e emancipatória, que preza por diferentes saberes da comunidade e de sua realidade cultural, contribuindo para compreensão das dinâmicas territoriais locais. Dentre as organizações sociais, destacamos a Cáritas Diocesana de Iguatu que, buscando fortalecer a Rede de Educadores e Educadoras do Centro Sul do Ceará, desenvolve o projeto “Escola de Educação Popular: tecendo saberes e incidindo nas Políticas Públicas”, em parceria com o Instituto Federal do Ceará – IFCE/Campus Iguatu e Acopiara, o qual almeja formar, sensibilizar e mobilizar diversos educadores sociais que serão multiplicadores do conhecimento nas suas organizações comunitárias. Nesse sentido, almejamos neste artigo, analisar a importância da Educação Popular desenvolvida pela Cáritas Diocesana de Iguatu junto a Rede de Educadores e Educadoras do Centro Sul, abordando os princípios e as práticas educativas libertadoras que garantem o processo de desenvolvimento territorial entre os diferentes sujeitos envolvidos. Do ponto de vista teórico, nos amparamos na concepção de autores como Freire (1993), Brandão (2006) e Santos (1993), o qual nos ajudaram a sistematizar e compreender o processo de práxis e dialogicidade educativa no âmbito do projeto e sua articulação nos territórios. Em termos metodológicos, além do referencial bibliográfico, realizamos uma análise documental das propostas do projeto, a observação participante nos momentos teóricos e práticos, bem como entrevistas com educadores e educandos, buscando compreender os saberes e experiências desenvolvidas. Como resultado, constatamos que a prática da Educação Popular fomentada no projeto da Cáritas vem proporcionando autonomia aos Educadores Populares da região do Centro-sul do Ceará, em seus diferentes territórios, garantindo a formação continuada em parceria com o IFCE, a partir da partilha de experiências em diferentes ações de trabalho de base, hortas comunitárias, bem-viver, sustentabilidade, segurança alimentar e direitos sociais.