Este trabalho abordará algumas reflexões sobre família e escola, ressaltando analises críticas sobre o processo de escolarização. O objetivo é refletir sobre o lugar da família na escola, no contexto do ensino público. A metodologia foi qualitativa, com uso de entrevistas semiestruturadas, observação e diários de campo. Os dados foram gravados e analisados, de acordo com a análise de conteúdo, a partir de três categorias: escola pública, visão que a família tem da escola, e escolarização. Os resultados apontaram para um distanciamento entre a escola e o modo de vida da família atendida, o que gera implicações na maneira como se compreende o lugar, ou o não-lugar da família para escola. Além disso, interfere no modo como classificamos o compromisso dessas famílias para com a vida escolar de seus filhos. A partir disso, torna-se fundamental o diálogo com as famílias, a compreensão de sua cultura e modo de vida e como elas concebem a escola no futuro das crianças. Outra dimensão importante é a diferença entre educação e escolarização, uma vez que educar deve estar dialeticamente articulado ao contexto social e cultural dos envolvidos e a escolarização nos remete a uma prática isolada e determina pela instituição escola que, muitas vezes, atua no controle dos corpos e discursos, mais do que na construção de uma práxis educativa libertadora. Por fim, para construirmos uma educação contemporânea é urgente repensar essa relação entre família e escola, de forma mais contextualizada e próxima ao contexto das crianças e adolescentes que estão nas escolas públicas do nosso Brasil.