Este trabalho traz um relato de experiência como aluna do curso de licenciatura em Dança da UFPE, enquanto extensionista do programa de Bolsa de Incentivo à Criação Cultural (BICC). Seu objetivo foi o desenvolvimento de um método acessível para o ensino e criação artística em Dança por artista-docente com deficiência. Realizou-se pesquisas sobre tecnologia assistiva e buscamos elaborar um jogo de dança, nomeado “John-GO”, com o intuito de reduzir barreiras comunicacionais durante minha atuação. Foram feitos encontros semanais com três horas de duração e leituras acerca do tema, para que houvesse proposições, discussões e testagens desse jogo de maneira fundamentada. Formulamos três versões do jogo baseadas nos fatores de movimento de Laban, porém não se limitando a esses como recurso para gatilhos criativos. A cada ensaio, observávamos melhorias possíveis, que geravam novas ideias. A primeira versão consistiu em um painel de cartolina com indicações de partes do corpo, qualidades de movimento, níveis e direções, representadas em fichas de EVA através de imagens, formas geométricas e cores, que eram sinalizadas por mim através do auxílio do uso de uma luva de velcro, facilitadora da minha função de garra. Para a segunda versão, fizemos um painel de cartolina com uma tabela desenhada, expondo mais funções para a criação do movimento; e na última versão, desenvolvemos botões interativos/intuitivos para serem usados em slides no Power Point, podendo ser acionados através de comando ocular por câmera que executasse essa função. Esse estudo foi uma oportunidade muito importante em minha vida, pois pude vivenciar conhecimentos que me transformaram e deram acesso para um novo caminho de mais igualdade de condições e respeito como profissional da dança. Vislumbro um futuro tema para pós-graduação, quando poderei desenvolver produtos finais como aplicativos, softwares, patentes e, se for possível, captar recursos e parceiras para sua realização.