As irmandades religiosas negras exerceram uma influência significativa na formação e fortalecimento do associativismo negro ao longo da história. Originadas durante o período colonial e a escravidão, essas irmandades, também conhecidas como confrarias ou congos, eram organizações religiosas e sociais que desempenhavam múltiplos papéis dentro das comunidades afrodescendentes. Em primeiro lugar, as irmandades negras ofereciam um espaço seguro e de apoio para os membros da comunidade negra, muitas vezes enfrentando discriminação e marginalização. Dentro dessas organizações, os indivíduos podiam encontrar solidariedade, proteção mútua e suporte emocional, criando uma rede de apoio vital em tempos de adversidade. Além disso, as irmandades religiosas negras desempenhavam um papel fundamental na preservação das tradições culturais africanas e na transmissão desses valores para as gerações futuras. Através de rituais, celebrações e práticas religiosas, essas organizações mantinham viva a identidade cultural africana, fortalecendo o senso de pertencimento e orgulho étnico entre os membros. Outro aspecto importante é que as irmandades negras frequentemente se engajavam em atividades de caridade e assistência social dentro de suas comunidades. Elas estabeleciam escolas, hospitais, orfanatos e ofereciam apoio financeiro e material para os membros necessitados, demonstrando um compromisso com o bem-estar coletivo e a melhoria das condições de vida dos afrodescendentes. Essas práticas solidárias e de fortalecimento comunitário serviram de inspiração para o surgimento de outras formas de associações e organizações negras ao longo do tempo, contribuindo para o desenvolvimento do associativismo negro. Essas novas iniciativas frequentemente buscavam objetivos como a luta contra o racismo, a promoção da igualdade racial e o avanço dos direitos civis, seguindo o exemplo de cooperação e resistência das irmandades religiosas negras.