Este trabalho tematiza a formação de crianças leitoras nos anos iniciais do ensino fundamental. Objetiva problematizar os fatores que interferem na construção de um sujeito leitor na escola, conforme delineados pela pesquisa retratos da leitura no Brasil, 5ª edição no ano de 2020. A perspectiva discursiva de Currículo de Lopes e Macedo (2011), a noção de contextos de S. Ball (Ball, 2002; Mainardes, 2006), bem como a noção de performatividade (Ball, 2010) são elementos para problematizar a construção de perfil de leitura no contexto da infância. Como resultados foi possível identificar maior espaço de um discurso privatista na projeção de uma criança leitora, visto que a pesquisa em si é apoiada por instituições cuja atividade não está relacionada estritamente à educação pública. Decorrente das considerações finais, destacamos: como poderia a pedagogia atuar fora do registro de colonização do gosto na formação leitora? Essa questão para novos estudos sobre a formação leitora, nos anos iniciais e em outros momentos do ensino fundamental poderia contribuir para novas políticas de currículo com vistas à formação leitora, para além de buscar a definição do quê e como ler na infância, projetada a partir da essencialização da criança leitora na escola.