A pesquisa trata da formação docente na amplitude de práticas sociais e políticas educacionais, que redundam no processo de construção de uma consciência coletiva docente. Uma formação associada ao trabalho, ao desenvolvimento profissional e à proletarização do magistério, como também às lutas desenvolvidas no sindicado de professores(as). A investigação objetiva compreender os elementos políticos, pedagógicos e práticas político-educativas que compõem a formação de professores(as) da Rede Municipal de Ensino de Limoeiro do Norte, enquanto sujeitos coletivos nas suas lutas em defesa do magistério. A partir de uma perspectiva metodológica calcada no materialismo histórico e dialético, realizamos uma pesquisa qualitativa, com análise de rico acervo documental/legal de âmbito nacional, estadual e municipal; observação participante das práticas sociais e políticas dos(as) professores(as) e entrevista semiestruturada com os(as) docentes da rede municipal de ensino. Recorremos às contribuições bibliográficas de: Enguita (1991), Mendes (2005), Gramsci (1995), Contreras (2002, 2012), Farias e Rocha (2016), Marx (2013), Lukács (1989, 2003), Freire (1996, 2000, 2013), Mészaros (2008), Goldman (1972, 1984), nas quais emergem as categorias: Consciência Coletiva, Trabalho Docente, Desenvolvimento Profissional e Proletarização Docente. Os achados revelam que a formação político-pedagógica de professores(as) de Limoeiro do Norte apresenta características associadas a uma perspectiva ampla de educação, vinculadas às práticas sociais, políticas e sindicais dos(as) docentes e à resistência à política educacional neoliberal, que incide sobre a formação e o trabalho docente. Identificamos que a consciência coletiva, gestada no meio docente, encontra-se em processo de construção, atrelada à consciência de classe e a uma ascendente politização, embora ainda apresentando lacunas quanto à criticidade e ao compromisso na transformação social. Os(as) docentes reconhecem sua proletarização, associada à alienação do trabalho na sociedade capitalista, não obstante a percepção de que necessitam ampliar sua visão sobre as estruturas que os oprimem e intensificar as lutas para consolidação da consciência coletiva.