Este trabalho propõe a discussão da formação de professores críticos e por área de conhecimento em Linguagens, por meio de estudos e pesquisas que analisam práticas de (multi)letramentos e suas implicações para essa tarefa, tendo como elemento condutor e objeto privilegiado de abordagem o texto literário. Parte-se do princípio de que a multiplicidade de linguagens atua de modo decisivo para a construção de significados, a cada momento, mais complexos e imbricados, além de irremediavelmente associados a aspectos de diversidade linguística e cultural, próprias de um mundo cada vez mais em rede e permeado pelos impactos da tecnologia. Além disso, busca-se desenvolver um trabalho de apreensão adequada da materialidade da literatura e de seu espaço curricular e de relevância na Educação Básica, observando e problematizando a questão do ensino de literatura, pois há muito discute-se a perda de prestígio e de interesse dos estudos literários, não apenas nas instituições escolares, como também na sociedade em geral, o que faz com que a literatura seja posta em xeque e a sua função seja objeto de dúvidas quanto à necessidade do seu ensino e estudo, uma vez que a sua aplicação prática, nesse viés, se mostra quase inviabilizada. A base teórica considerada agrega pressupostos de Walkyria Montemór (2015), Ana Elisa Cardoso (2016), Patricia Miranda Medeiros Sardinha (2018), Antoine Compagnon (2001, 2009), Rildo Cosson (2022), Fabio Akcelrud Durão (2022), Mary Kalantzis, Bill Cope, Petrilsson Pinheiro (2022), dentre outros autores.