A proposta didática aqui apresentada destaca a capacidade da literatura de educar emocionalmente (Pinheiro, 2023), visando a formação leitora alinhada a uma educação crítico-reflexiva e antirracista. Direcionada ao terceiro ano do Ensino Médio, a metodologia propõe a leitura de três textos em diferentes gêneros - canção, poesia e romance - representados pelas obras “História para ninar gente grande” (2019), samba-enredo da GRES Estação Primeira de Mangueira, “Canção de ninar colonial”, de Trudruá Dorrico (2023) e “Canção para ninar menino grande”, de Conceição Evaristo (2018). Embasada na metodologia da escuta literária (Bajour, 2013), buscamos diálogos com Pinheiro, (2020), Martins (2003), Jesus (2020), Scherlowski (2019), Dorrico (2017) e Carine (2023) para a construção dessa proposta que se justifica nas leis 10.639/03 e 11.645/08 e na BNCC (2018), incorporando uma perspectiva de leitura decolonial que valoriza a escrevivência e a construção coletiva de uma imagética brasileira, movimento crescente nas artes contemporâneas e também nas redes sociais, a exemplo da tendência imagética ou “trend aesthetic”, desenvolvida em especial nas redes sociais Instagram, TikTok e X (Twitter). A realização das leituras incluiu ainda reflexões epistemológicas e o uso de redes sociais e bancos de imagens, como o “Brasil com S”, para criar moodboards e vídeos curtos, promovendo e incentivando a construção de uma imagética brasileira decolonial. Destaca-se a utilização das redes sociais como ferramenta de resistência e elaboração de narrativas visuais, proporcionando uma experiência educativa e construtiva, além de promover um diálogo expressivo e inclusivo, integrando o meio social-virtual cotidiano dos alunos à leitura literária de forma prazerosa, educativa e fomentadora da cidadania.