O presente trabalho apresenta uma pesquisa participante em andamento no programa de Doutorado em Educação, da Universidade Estadual de Campinas, cujo objetivo é o de promover o diálogo com professores analisando e discutindo a perspectiva da construção identitária de crianças pretas, negras, pardas por meio de uma proposta de intervenção pedagógica com docentes e crianças nos países Brasil, Angola e Colômbia. Tem como recorte temporal a promulgação da Lei nº: 10.639/2003/11.645/2008, que em 2023 completou duas décadas de ação afirmativa na sociedade brasileira, e torna obrigatório o ensino da história e cultura afro-brasileira e africana em todas as escolas, públicas e particulares, do ensino fundamental até o ensino médio, bem como as Diretrizes Curriculares para Educação das Relações Étnicorraciais. Constitui uma investigação qualitativa em educação, realizada por meio de análise documental, pesquisa bibliográfica, intervenção pedagógica e análise de conteúdo, estabelecendo possibilidades de diálogo entre as políticas e práticas existentes nos países envolvidos. E tem como principais referenciais teóricos em infância os trabalhos de Tebet, na construção de identidade os escritos de Hall, para o debate das questões sociais, Arelaro e sobre as discussões de supremacia racial Diangelo, todos eles sob a ótica dialógica de Paulo Freire. Em uma análise preliminar é possível afirmar que embora a lei 10.639 já conte com duas décadas de sua promulgação, ainda há um grande senão em sua implementação efetiva.