Artigo Anais do X Congresso Nacional de Educação

ANAIS de Evento

ISSN: 2358-8829

A IMPORTÂNCIA POLÍTICA DE CARLOS LYRA NA BOSSA NOVA: O CENTRO POPULAR DE CULTURA E A UNE.

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Publicado em 08 de novembro de 2024

Resumo

Carlos Eduardo Lyra Barbosa, importante compositor da Bossa Nova no final dos anos 1950 e princípio dos 1960, caminhou paralelamente a esse famoso movimento artístico do qual foi um dos principais protagonistas, colocando sua música a serviço da filosofia de instituições sociais e políticas tais como o CPC (Centro Popular de Cultura da UNE). Isso afastaria o artista da filosofia inicial da Bossa denominada “O amor, o sorriso e a flor”. Carlinhos Lyra, como ficou brilhantemente conhecido, trabalhou, inspirado no “Manifesto do CPC”, lançado em março de 1962, para o engajamento do artista de classe média nas causas nacionalistas, promovendo nele o entendimento a respeito da função social da arte. Este estudo tem como objetivo discutir a participação e a importância política de Lyra no cenário musical e artístico dos anos 60, bem como sua relação, junto com outros artistas, com a causa estudantil que viria a enfrentar o governo de exceção a partir de 1964. Na metodologia deste artigo foi realizada uma revisão bibliográfica, de caráter exploratório e descritivo, baseada nos estudos de Gil (2021), onde serão utilizadas as obras de Castro (1990), Tinhorão (2010), Motta (2000) e Han (2022), discutindo o comportamento social e político desse artista, aliado a seus parceiros musicais, em busca da inserção da Bossa Nova nas questões políticas que ferviam, no período histórico do Brasil em que o golpe militar batia à porta. Portanto espera-se que esse trabalho venha a contribuir com o entendimento de que a Bossa Nova representou bem mais que uma revolução musical e artística para o Brasil e para o mundo: autores como Carlinhos Lyra, Nara Leão, Baden Powell e Vinícius de Moraes, entre outros, atravessaram o movimento, questionando o momento político e social, as causas em favor dos desvalidos e a função social que a arte deveria ter, para muito além das reuniões boêmias, os bailes dançantes e os piqueniques praianos da classe média carioca.

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