Como profissionais de comunicação pública, uma das missões dos servidores que atuam como jornalistas da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (RFEPCT) é divulgar, para o público em geral, os resultados de pesquisas científicas desenvolvidas nas instituições de ensino que compõem a Rede, estabelecendo uma ponte entre os cientistas e a sociedade. Esse trabalho de popularização da ciência a partir do jornalismo científico tem sido um desafio para comunicadores que precisam lidar com especificidades da Educação Profissional e Tecnológica (EPT) no âmbito dos Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia (IFs), ricos em heterogeneidade de oferta de cursos e de perfis de alunos, com diferentes modalidades e níveis de ensino. A partir de um trabalho de pesquisa bibliográfica e de análise documental, defendemos a ideia de que iniciativas de divulgação científica e tecnológica na Rede Federal podem contribuir para a efetividade da pesquisa como princípio pedagógico, conceito abordado por autores do campo educação e trabalho (Ciavatta, 2008; Moura, 2014; Ramos, 2014). Para esses teóricos, ciência e tecnologia devem ser eixos estruturantes para uma formação humana integral, com o espírito de pesquisador estando presente em todas as fases do ensino, numa perspectiva de emancipação dos sujeitos. Dialogando também com autores que tratam da comunicação pública (Duarte, 2007 e 2011; Matos, 2012; Medeiros e Chirnev, 2021) e do jornalismo científico (Bueno, 2009 e 2018; Santana et al. 2022), concluímos que o trabalho de comunicação pública de ciência realizado por jornalistas dos IFs pode colaborar para um maior envolvimento dos estudantes e professores com pesquisas, desde o ensino médio, colaborando para a construção da cidadania, da autonomia e da criticidade dos sujeitos.