O presente trabalho tem por objetivo discutir as avaliações de larga escala e sua relação direta com o engessamento do trabalho pedagógico, a partir de vivências no projeto de monitoria da disciplina de Organização Escolar Brasileira do curso de Pedagogia da UFPE. Assim tensionamos a discussão: quais as limitações do trabalho pedagógico ocasionadas pelas avaliações de larga escala? Para tanto, apresentamos o movimento de reformas na educação, o Estado Avaliador, bases formativas e controle do trabalho docente como dispositivos de exercício do viés empresarial. Metodologicamente, este estudo possui abordagem qualitativa, documental, bibliográfica e exploratória, bem como relato de experiência e aplicação de questionários mistos, direcionados para professores da educação básica. As análises deste trabalho apontam o engessamento do aspecto pedagógico em sala de aula, que pode ser percebido pelo direcionamento do trabalho docente para disciplinas específicas, como língua portuguesa e matemática, em detrimento às questões sociais e artísticas também previstas no currículo. Além disso, aspectos culturais não são colocados em evidência, visto que a pressão voltada para as avaliações em larga escala limitam as metodologias utilizadas na prática pedagógica, que por muitas vezes voltam-se para atividades que focalizam apenas aspectos cognitivos, desconsiderando a socialização, desenvolvimento da criatividade e autonomia dos estudantes. Destarte, observamos o enfraquecimento de orientações estabelecidas na LDB (Lei 9.394/96), que prevê a exibição de filmes de produção nacional por no mínimo 2 horas semanais, valorização da cultura e promoção da cidadania na perspectiva crítica, reflexiva e emancipatória.