O presente artigo põe em debate a literatura de folheto nordestino como um instrumento de difusão da cultura afro-brasileira, trazendo à baila alguns exemplos de como isso pode ocorrer, ressaltando os pontos positivos da literatura de cordel como um suporte de ação antirracista no Brasil. O cordel nordestino, com suas raízes na tradição da cantoria oral, é apresentado aqui como um instrumento de produção e difusão do conhecimento e da cultura humana. O referencial teórico-metodológico do trabalho se baseia em autores como Mikhail Bakhtin (2016), Márcia Abreu (1999), Kabengele Munanga (2003) entre outros que discutem a relação entre literatura, sociedade e mudanças políticas e sociais. A pesquisa possui cunho bibliográfico e documental, por trabalhar com textos de cordéis. A análise dos cordéis nordestinos como fonte de informação e veículo de transmissão de conhecimento é fundamentada em estudos que destacam a importância dessas produções na representação de diferentes vozes e realidades sociais. Os principais resultados apontam para a relevância do cordel nordestino como uma ferramenta antirracista, capaz de abordar temas como desigualdade, xenofobia, racismo e outras questões sociais presentes na sociedade brasileira. Conclui-se que através de suas narrativas e críticas sociais, os poetas cordelistas conseguem expor e questionar as injustiças e preconceitos, contribuindo para a conscientização e o combate ao racismo.