Com o ultra liberalismo batendo à nossa porta diariamente, com a constante reinvenção do capitalismo tardio em nossa sociedade há de encontrarmos abrigo seguro na verdade, mas a verdade, só pode de fato ter lugar na história. Na Era do desempenho, mas também das fakes news e da pós-verdade, onde disputas políticas dicotômicas assolam as frágeis relações sociais, sejam nas redes sociais e/ou no cotidiano, somente um ensino de história consequente e plural pode conter o antídoto desse caos que para muitos é benéfico. Nesse ensaio busca-se reafirmar a importância da história e do seu ensino como disciplina humana e cidadã. E mostrar que através do seu ensino, de sua prática e didática constantemente repensadas e renovadas pode-se obter significativa consciência histórica. Ao contrário, quando ela no passado (no período da ditadura militar) perdeu espaço relevante na educação brasileira sendo renegada a terceiro e quarto plano e, negligenciada que foi, como pilar central nas humanidades, ficaram as marcas indeléveis nas gerações que ainda hoje são perceptíveis. Objetiva-se com esse texto discutir sobre os principais processos que envolvem a historiografia, as práticas, as temáticas e a didáticas atinentes ao ensino de história, bem como as perspectivas da consciência histórica com base em experiências, reflexões teóricas (com base em historiadores e pesquisadores do assunto) e provocações. Todas essas categorias históricas estão interligadas, e essa interdependência é fundamental para uma compreensão teórico-metodológico significativa do devir histórico.