Este artigo tem como objetivo geral investigar os impactos da pandemia na aquisição da leitura e escrita de crianças, por meio de uma revisão da literatura. Utilizamos como fontes de pesquisa as bases de dados Revista Brasileira de Alfabetização e os Periódicos da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação - ANPED, filtrando trabalhos publicados no recorte temporal de 2021 a 2023 e usando os descritores alfabetização, letramento e pandemia. Encontramos um total de 6 trabalhos na plataforma da ANPED e 8 trabalhos na plataforma da Revista Brasileira de Alfabetização - ABALF e realizamos a leitura do título, resumo e palavras-chave dos trabalhos encontrados. Os principais achados nos mostram que as pesquisas apontam que houve um significativo atraso no processo de alfabetização e letramento das crianças, visto as condições precarizadas de ensino e de suporte social e familiar. Essa realidade acometeu em proporções diferentes crianças das escolas da rede pública e privada, sendo a primeira mais atingida negativamente. Em muitos casos, as crianças receberam atividades xerocadas e/ou online, via WhatsApp, visto não disporem de recursos tecnológicos necessários (notebooks, smartphones, internet). Outras crianças estudaram por meio de vídeos gravados ou indicados por suas professoras e aquelas crianças que possuem melhores condições financeiras participaram de aulas remotas, síncronas e acessaram plataformas digitais com bibliografias e atividades. O distanciamento prejudicou o processo de alfabetização de todas as crianças, visto a importância das interações sociais e as mediações, mas para algumas delas, esse distanciamento também se expressou nas aprendizagens. A pandemia agravou um problema já recorrente no Brasil, a não alfabetização de crianças da rede pública.