O Conselho Nacional de Educação editou a resolução nº 07/2018, que trata de estabelecer as novas diretrizes para a extensão no ensino superior brasileiro, cujo desafio tem sido promover a sua curricularização, reservando até 10% da carga-horária dos cursos de graduação à essas atividades, obrigatoriamente. Compreendemos que a curricularização não é apenas a sua inserção formal e burocrática nos quadros disciplinares que compõem os currículos oficiais das graduações, sem levar em consideração o caráter didático formativo, social, político e cultural que a extensão possui, nos trazendo preocupação com o empobrecimento do currículo enquanto práxis. Neste sentido, a curricularização se estabelece como elemento dialético, como prática efetiva na formação e na transformação social. O presente trabalho, procura investigar os resultados da curricularização da extensão no Ensino Superior privado como aporte para o desenvolvimento da aprendizagem e das competências necessárias na profissionalidade entre discentes dos três primeiros semestres dos cursos de Direito e Psicologia do Centro Universitário Dr. Leão Sampaio – UNILEÃO, localizado na região do Cariri, estado do Ceará, no Nordeste do Brasil. Para tanto, nos utilizamos de uma pesquisa documental e bibliográfica através da análise dos relatórios de extensão desenvolvidos pelos discentes, buscando identificar os atravessamentos, as dificuldades e os impactos deste processo na construção de uma educação orgânica, integradora e não compartimentada. A partir desta concepção de educação e do currículo como processo em permanente construção, como um artefato sociocultural (Silva, 2022), observando-se a dialogicidade da extensão com a sociedade e estabelecendo uma relação com as teorias sobre currículo (Sacristán, 2000; Silva, 2022; Arroyo, 2021), as perspectivas sobre didática (Libâneo, 2013-2012), bem como a função social da extensão (Santos, 2004) através dos projetos desenvolvidos, refletimos que a curricularização da extensão contribui, sobremaneira, para a consolidação de conhecimentos catedráticos necessários ao desenvolvimento de competências e habilidades mas, o seu principal contributo, está na mudança de percepção dos discentes no que diz respeito a aproximação com as diferentes realidades sociais, o reconhecimento de suas identidades culturais, a construção do sentimento de pertencimento, o desvendamento dos problemas que acometem as comunidades como fenômenos sociais não naturalizados e as possibilidades de mitigação desses problemas que a universidade pode trazer como sua principal função social.