A atuação da Psicologia Escolar no Brasil, historicamente, é permeada por um desconhecimento do seu fazer. Cada vez mais identificamos notícias que reforçam a urgência de Psicólogos estarem presentes na escola, principalmente quando nos deparamos com situações como massacres e atentados no ambiente escolar. Essas situações extremas impactam toda a comunidade escolar, e por isso, pensar apenas em ações emergenciais não é o suficiente para favorecer a promoção de saúde nas escolas. Os psicólogos que devem ser contratados para atuar principalmente no cenário das escolas públicas (seguindo a Lei Nº 13.935/2019) não irão trabalhar a psicoterapia com alunos, professores ou famílias. A função do Psicólogo Escolar refere-se ao desenvolvimento de práticas e ações com caráter de prevenção e de promoção de saúde mental no ambiente da escola, visando o coletivo. Nesse sentido, o presente artigo tem por objetivo apresentar problematizações sobre os desdobramentos de uma percepção da Psicologia Escolar como Psicologia Clínica. Além disso, é importante discutir sobre como esse desconhecimento, acerca da Psicologia Escolar, pode impactar negativamente no trabalho com a comunidade escolar. Para atingir o objetivo, utilizou-se a pesquisa bibliográfica, através de artigos científicos e capítulos de livro que apresentam embasamento teórico-prático acerca da atuação da Psicologia Escolar. O entendimento descontextualizado de que a Psicologia na escola está à serviço do atendimento clínico, traduz uma expectativa de que alunos recebam “tratamento”, ainda que a escola não seja um espaço curativo. Pensar em um espaço curativo é esperar que tanto a Psicologia, quanto a escola tratem os problemas apenas quando surgem. Uma prática de Psicologia Escolar que foca na Promoção de Saúde compreende que todos os membros da comunidade escolar precisam repensar suas práticas e atuar em conjunto. Ao atuar em conjunto, com a Psicologia Escolar, fortalecendo as práticas saudáveis e repensando as práticas adoecedoras.