O afrofuturismo é um movimento artístico, estético, cultural e político que combina elementos da ancestralidade negra com o campo das artes, tecnologia, cinema, literatura, moda, entre outros, com intuito de ressignificar e/ou construir novas narrativas de futuros negros. No Brasil, o afrofuturismo é um movimento recente, eclodindo em território nacional a partir dos anos de 2010, e vem se destacando e ganhando notoriedade no campo das discussões da educação étnico-racial. Nesta direção, este estudo busca refletir sobre as potencialidades do afrofuturismo e suas possíveis contribuições e interconexões para com a educação e a educação antirracista a partir da leitura de teóricos e expoentes que discutem as respectivas temáticas. A análise crítica destes dois elementos vislumbra evidenciar os processos de tentativas de embranquecimento e apagamento da história negra, assim como, valorizar os saberes ancestrais negros e suas capacidades de reinvenção para contar a história que a história não conta e possibilitar novos caminhos para construção de uma educação antirracista. Para tal, a pesquisa é fundamentada numa bibliografia que discute o movimento afrofuturista e a educação antirracista, dentre os quais citamos, por exemplo, Fábio Kabral, Esdras Souza, Kleyson Assis, bell hooks, Barry Troyna, Bruce Carrington, Ramón Grosfoguel. Partimos da hipótese de que o afrofuturismo fortalece e legitima a inserção das populações negras na história social, cultural, política e econômica, tal como a afirmação da identidade negra e participação ativa nas narrativas de futuro, contribuindo para o desenvolvimento de uma educação antirracista, viabilizando a justiça cognitiva e ainda um possível dispositivo para execução da Lei 10.639/03, essencial para o enfrentamento e superação do racismo e epistemicídio presentes em diversos espaços educacionais.