O ano de 2020 será lembrado como aquele em que o mundo foi atingido pela pandemia do novo coronavírus, afetando e tirando a vida de milhões de pessoas. Esse contexto, impôs uma ruptura na vida cotidiana em diferentes campos, dentre os quais destacamos as instituições educacionais que tiveram suas rotinas alteradas, pois as formas de trabalho docente foram revistas e a prática pedagógica precisou se adaptar a essa nova realidade. Docentes, discentes e escolas incorporaram tecnologias de informação e comunicação, além de todas as adaptações pedagógicas necessárias para que as aulas pudessem ocorrer na esfera virtual. Com o avanço da vacinação, o período de estudo remoto e, posteriormente híbrido, deu espaço à volta da presencialidade em sala de aula, mas não da mesma maneira, especialmente no que diz respeito à aprendizagem discente. O objetivo deste trabalho foi compreender o processo de aprendizagem de adolescentes do Ensino Médio no contexto da pandemia, discutindo possíveis impactos no processo de aprendizagem deles, assim como as estratégias que utilizaram para consolidarem seu aprendizado, observando seus sentimentos nesse processo e a relação professor/a-estudante neste contexto. Para tal, 07 adolescentes pernambucanos, de escolas públicas e privadas, foram ouvidos a partir de uma entrevista semidiretiva, realizada no formato online, mediante assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido – TCLE e transcritas literalmente, sendo os seus dados analisados a partir da análise de conteúdo de Minayo. Os dados produzidos mostraram que a construção da aprendizagem no contexto remoto não foi tarefa simples para os/as adolescentes e, mesmo contando com a disponibilidade docente, o processo de aprender exigiu disciplina e foco dos/as mesmos/as, que nem sempre conseguiam dar conta de tais requisições. Este contexto afetou emocionalmente os/as adolescentes, que experimentaram sentimentos de angústia, especialmente por estarem envolvidos em processos de seleção e possível ingresso na universidade.