Esta pesquisa visa propor estratégias metodológicas de musicalização afrocentradas para a educação para as relações étnico-raciais de crianças com Transtorno do Espectro Autista. Realizada a partir de pesquisa bibliográfica de autores como Maria Conceição Reis, Débora Alfaia da Cunha e Antônio Lisboa da Silva, entre outros, pesquisas de campo envolvendo entrevistas com agentes da educação inclusiva do município de Castanhal-PA e experiência profissional na rede municipal de educação, o artigo traz dados recentes sobre como as questões raciais vem sendo tratadas na educação de crianças autistas, e a partir da Lei 10.639/03, levanta tanto problemáticas encontradas na educação inclusiva infantil quanto possíveis métodos pensados para uma educação antirracista. Os métodos propostos foram desenvolvidos com alunos de 4 anos de uma creche municipal e envolvem brincadeiras musicalizadas, cantigas tradicionais africanas e afro-brasileiras, manuseio e confecção de instrumentos de percussão e vivências coletivas na musicalização, e podem auxiliar na redução de crises sensoriais relacionadas a sons e também combinam o desenvolvimento psicomotor, cognitivo e social, melhorando aspectos da socialização nas crianças a partir de uma epistemologia originada dos valores afro-civilizatórios. Sendo assim, o artigo visa elaborar estratégias para uma educação que, para além de inclusiva, é também cidadã, fazendo compreender a complexidade do indivíduo com TEA e a importância de desenvolver os demais aspectos da cidadania da pessoa PCD na educação formal.