O presente estudo teve o objetivo de discutir as contribuições que o método etnográfico traz para a pesquisa em educação, mais especificamente, no que diz respeito à formação de professores e sua prática pedagógica. Nesse sentido, traz-se, numa perspectiva autoetnográfica, a obra Capitães da Areia, de Jorge Amado (2004), a fim de inspirar a exposição didática da temática discutida, de modo a inovar o modo de debater a pesquisa em sala de aula e revelar contribuições para além do óbvio. Para tanto, utiliza-se da Pesquisa Bibliográfica como aporte metodológico, ao passo em que são convidados outros trabalhos a dialogarem com este e cujos autores pesquisam e escrevem acerca da etnografia escolar. Destacam-se André (1996; 2008), Oliveira (2013) e Borges e Castro (2019). Para tratar sobre a formação docente, dentre outras leituras, são utilizados os trabalhos de Freire (1996; 2005) e Silva, Almeida e Gatti (2016). As discussões empreendidas permitiram clarificar o quanto esse método pode trazer [e traz] contribuições para a formação docente, a partir do momento em que as vozes dos sujeitos emergem e escrevem os resultados das pesquisas com o pesquisador. Enfim, nesse modo de fazer pesquisa reside um ponto estratégico que permite eliminar olhares enviesados pelos vícios do óbvio e da generalização prévia.