A presente proposta busca sistematizar os conceitos sobre histórias de vida no campo educacional, sobretudo os aportes teóricos-metodológicos de base francófona, inglesa, latino-americana e brasileira. Desde a década de 1980 temos um aumento nos trabalhos que circunscrevem a abordagem (auto)biográfica em um movimento de pesquisa que vincula vida, pesquisa e formação. Esse quadrante teórico-metodológico apresenta pontos de aproximação e divergências tanto no que confere aos processos de interpretação, quanto em seus fundamentos epistemológicos, que de forma ampliada, englobam discussões do campo da história, das ciências da educação, da sociologia, da psicologia, entre outros. Essa gama de possibilidades e formas de compreensões nos processos de pesquisa que observamos a dimensão das práticas docentes adentarem nos trabalhos acadêmicos, do mesmo modo em que a escola passa a ser lócus de processos formativos da e para a docência. Nesse enfoque observamos dois sentidos: 1) que o trabalho com histórias de vida não pode ser associado a uma única linha interpretativa, pois trata-se do campo investigativo de multirreferencialidades no qual a singularidade dos próprios sujeitos atravessa os projetos de investigação; 2) os conceitos sobre histórias de vida são trabalhados relacionando essencialmente as trajetórias pessoais e/ou coletivas no interior das dinâmicas escolares. É na eclosão desse movimento que se estende e se amplia que constatamos que a principal marca na formação docente para o século XXI que é a condição humana: a voz, as narrativas, os projetos de vida, inventários pedagógicos, memórias docentes e outras dimensões pessoais assumem protagonismo para pensar a formação de professoras/es.