Como foi pensada a educação de pessoas negras escravizadas no Brasil colonial? A quem coube a tarefa de pensar, de forma sistematizada, a educação de pessoas negras escravizadas no Brasil colonial? O presente artigo remete a uma reflexão preliminar acerca da educação de pessoas negras escravizadas no contexto brasileiro da primeira metade do século XVIII tendo como referência um conjunto de obras produzidas no período composto por crônicas religiosas, normas canônicas, tratados de economia e tratados de cunho moralista. Especificamente, pretende-se apresentar alguns elementos teóricos materializados nas fontes em estudo que permitem compreender como foi perspectivada a educação para esse segmento da sociedade colonial. Para a feitura do trabalho, as fontes foram analisadas como ideários que sinalizam práticas culturais e históricas, tributárias do tempo e do espaço em que foram produzidas e que, diante do temário aqui delineado, permitiram a verificação de aspectos relevantes, tais como: os sentidos e os significados atribuídos às expressões ensinar, instruir, doutrinar, catequisar e educar, além da identificação de propostas educativas com indicativos das modalidades de ensino, dos mestres e dos saberes a serem transmitidos, das metodologias, dos tempos e dos espaços em que seriam desenvolvidas as práticas educativas para pessoas negras escravizadas.