Este artigo é recorte da dissertação de mestrado defendida em 2019 no Programa de Pós-graduação em Educação da Universidade Federal do Maranhão e tem por objetivo analisar a cultura escolar da cidade de Nova Iorque - MA no período de 1938 a 1968 através das memórias de alunas e professoras, a fim de descrever os aspectos da cultura escolar no período estudado e identificar as representações construídas por elas sobre as escolas onde estudaram e lecionaram. Foi utilizado como método de pesquisa a História Oral mediante aplicação de entrevista de história de vida temática. Utilizou-se como aporte teórico Chartier (1991), Castro (2017), Castanho (2019), Certeau (2011), Julia (2001), Alberti(2000; 2005). A partir das narrativas elegeu-se como categorias empíricas de análise para esse artigo instituições escolares que correspondem ao Grupo Escolar Anália Neiva e Escola Municipal Senador Neiva e, materiais e disciplinas escolares. Constatou-se nas representações das pesquisadas que a escola Municipal Senador Neiva era conhecida como "rasguete" por ser frequentado por crianças de famílias menos abastadas e por se tratar de uma escola reunida em contraposição ao Grupo Escolar Anália Neiva com estrutura arquitetônica adequada e com professoras normalistas que vinham da cidade de São Luís-MA e Floriano-PI. Quanto aos materiais e disciplinas escolares identificamos em primeiro momento, aproximadamente de 1938 a 1950, a fabricação de carteiras de modo artesanal pelos pais de alunos com caixas de sabão recolhidas em comércios locais e, em segundo momento a partir de 1950 a responsabilização em parte do poder público com os materiais escolares, sobretudo com livros de didáticos para o Grupo Escolar. Este trabalho se constitui como uma forma sistematizada e uma representação sobre a cultura escolar de Nova Iorque-MA.