Este artigo objetiva refletir acerca de modelos pedagógicos na Educação Infantil a partir das contribuições da Psicologia histórico-cultural e da Pedagogia histórico-crítica. Fruto de uma pesquisa em andamento no Programa de Pós-graduação em Educação da Universidade Federal da Paraíba, em nível de Doutorado. A abordagem do materialismo histórico-dialético orientou essa pesquisa de natureza teórica-conceitual, na qual buscamos apreender a essência do fenômeno investigado em sua existência real e efetiva, ou seja, em sua concretude. Esse método permitiu uma aproximação com o objeto de estudo para desvendar as contradições manifestas no trabalho educativo na Educação Infantil. Os pressupostos teóricos que fundamentam esta investigação foram: Vigotski (2001, 2010), Duarte (2011, 2012), Saviani (1996, 2012, 2013), Arce (2012, 2013), Oliveira-Formosinho e Araújo (2018), Lira (2016). Esse estudo revelou que diferentes modelos pedagógicos surgem em âmbito internacional e nacional com o intuito de romper com a pedagogia transmissiva voltada para a educação de crianças pequenas, bem como na tentativa de distanciar de práticas assistencialistas ou preparatórias. Por outro lado, as bases teóricas e filosóficas que fundamentam alguns dos modelos pedagógicos apresentados podem estar reforçando discursos contraditórios de práticas pedagógicas não críticas, cristalizadas no âmbito da Educação Infantil, e evidenciam concepções que foram apropriadas no contexto ideológico, na qual reproduzem modelos pautados em correntes teóricas vinculadas ao universo neoliberal e pós-moderno (DUARTE, 2011).