O objetivo deste trabalho é apresentar uma revisão de literatura acerca dos sentimentos de injustiça vivenciados pelos atores sociais do cotidiano escolar. No Catálogo de Teses e Dissertações da CAPES, a partir dos critérios de inclusão/exclusão, foram recuperadas e analisadas duas dissertações e três teses. Foram feitas buscas também na plataforma Scielo e no portal de periódicos da CAPES, nos quais, também partindo de critérios de exclusão/inclusão, foi possível selecionar quatro artigos para análise. No que se refere aos fatores promotores de sentimentos de injustiça nos docentes, é possível destacar a solidão ao ter que lidar com as demandas das mudanças culturais e precarização do trabalho; a não perspectiva de possibilidades de solução para os conflitos que se estabelecem na convivência com os estudantes; as situações de indisciplina; os processos de avaliação; e a relação família-escola. Enquanto que para os estudantes, os fatores que provem sentimentos de injustiça, encontrados nas pesquisas, estão relacionados a falta de clareza e identificação com as regras escolares; a forma como a escola vê e acolhe aos estudantes; assimetria de gênero na escola, quando há distinção nas intervenções da escola frente a meninos e meninas; questões ligadas às desigualdades sociais e à falta de equidade frente às necessidades estudantis; falta de valorização de questões próprias dos educandos em detrimento das questões dos adultos; desorganização social do ambiente escolar; e ausência de maiores investimentos do governo na escola. Ante ao estado deste conhecimento, foi possível perceber a necessidade de produção científica que busque analisar, à luz dos sentimentos de injustiça, vínculos e processos de reconhecimento entre os atores escolares, sobretudo na relação professor-estudante.